A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AS HEPATITES VIRAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Publicado em 04/08/2023 - ISBN: 978-85-5722-873-3

Título do Trabalho
A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AS HEPATITES VIRAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Autores
  • Kevinn Pereira Ribeiro
  • Janaina Michelle Oliveira do Nascimento
Modalidade
Resumo Expandido
Área temática
Enfermagem
Data de Publicação
04/08/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://eventos.unigran.br/anais/conigran2023/655442-a-atuacao-do-enfermeiro-frente-as-hepatites-virais--uma-revisao-bibliografica
ISBN
978-85-5722-873-3
Palavras-Chave
Hepatites Virais, Enfermagem, Promoção e Prevenção; Atuação.
Resumo
Introdução: De acordo com PIMENTA et al. (2021), as hepatites virais são patologias de grande disseminação mundial causada por diversos agentes etiológicos. A hepatite pode ser definida como uma inflamação do parênquima hepático que provoca mudanças leves, moderadas ou graves. Frequentemente, a infecção configura-se como assintomática. A preocupação em relação às Hepatites Virais (HV) e a mobilização para seu controle é de ordem mundial. A estratégia global do setor Saúde para HV, da Organização Mundial da Saúde (OMS), endossada pelo Brasil, adota iniciativas voltadas à prevenção e ao controle desse agravo, para atingir os objetivos da agenda até 2030 (WHO, 2019). As HV são a segunda maior causa de morte entre as doenças infecciosas, depois da tuberculose. Salienta-se que estas doenças são negligenciadas e estão diretamente ligadas ao nível socioeconômico de cada região. No mais, nove vezes mais pessoas são infectadas com hepatite que com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). A hepatite é evitável, tratável e, no caso da Hepatite C, as chances de remissão da infecção são significativas (BRASIL, 2019). Para melhor entendimento dos profissionais de enfermagem, formulou-se a seguinte questão norteadora “Qual o papel do enfermeiro na atuação da promoção, prevenção e no tratamento das hepatites virais?”. Assim, em face do exposto, este trabalho tem como objetivo descrever a importância da atuação do enfermeiro na assistência prestada na prevenção e no tratamento das hepatites virais, traçar o perfil epidemiológico e sociodemográfico das hepatites virais e destacar os benefícios da ação do enfermeiro no compromisso da prevenção e tratamento das hepatites virais. Metodologia: pesquisa bibliográfica, do tipo revisão integrativa (RI) da literatura. Foram cumpridas seis etapas pré-estabelecidas: definição do tema e da pergunta norteadora; busca na literatura; definição de critérios para categorização dos estudos que correspondam aos dados coletados (período de tempo; de critérios inclusão/ exclusão; escolha das bases de dados); categorização dos estudos; avaliação dos estudos selecionados; análise e interpretação dos dados; apresentação dos resultados da revisão. Para seleção dos artigos foram utilizados os seguintes descritores: Hepatites Virais; Enfermagem, Promoção e Prevenção; Atuação. Os critérios de inclusão utilizados neste estudo foram: artigos publicados entre 2013 a 2022, artigos indexados na base de dados Literatura Latino-Americana em Ciências de Saúde (LILACS), na Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e no Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS/BIREME), artigos disponibilizados no idioma português. Foram excluídos os artigos que não atenderam os critérios de inclusão e os que não apresentaram a sua versão completa. Discussão: Segundo, Nunes et al (2017), atualmente, as hepatites virais, são divididas em 5 subtipos: vírus da hepatite A (HAV), B (HBV), C (HCV), D (HDV) e E (HEV) que pertencem, respectivamente, às famílias Picornaviridae, Hepadnaviridae, Flaviviridae, Deltaviridae e Hepeviridae. As formas de transmissão variam de subtipo para subtipo. Além disso, as características clínicas, laboratoriais e epidemiológicas são bastante específicas, com prevalência e magnitude que variam de região para região. A hepatite A é causada por um vírus RNA de fita simples positiva, que pertence à família Picornaviridae, denominado vírus da hepatite A (HAV), que se replica no fígado, é excretado na bile e eliminado nas fezes, resultando na transmissão pela via fecal-oral. O HAV interfere na função hepática, desencadeando uma resposta imune que leva à inflamação no fígado (Ministério da Saúde, 2020). Teodoro, et al (2022) mencionam que, as hepatites B e C são as mais comuns e, entretanto, existem ainda alguns casos epidemiologicamente relacionados com agentes infecciosos, nos quais não se encontra nenhuma evidência de infecção por nenhum vírus conhecido. Estes casos foram designados de Hepatites não A-E. E, o vírus da Hepatite G ou Vírus GB-C foi recentemente identificado em diferentes regiões do mundo (incluindo o Brasil). Duarte, 2021º menciona que vírus da hepatite B, pertencente da família Hepadnaviridae, é o único com material genômico composto por ácido desoxirribonucleico (deoxyribonucleicacid, DNA), dentre os vírus considerados hepatotróficos. A exposição parenteral ou percutânea, vertical e sexual são os meios mais frequentes de transmissão do HBV. Além do sangue, que é o meio de transmissão mais importante, o sêmen e o conteúdo vaginal também são outros fluidos com capacidade de transmissibilidade. O HCV pertence ao gênero Hepadnaviridae e à família Flaviviridae, e seu ciclo viral é semelhante ao do HIV. Também é considerada a forma mais perigosa de hepatite. Isso se deve ao fato de que pelo menos 75% dos casos evoluem para a fase crônica, o que é um índice muito alto. De acordo com Fattovich et al (2017), a hepatite D, também chamada de Delta, está associada com a presença do vírus do B da hepatite para causar a infecção e inflamação das células do fígado. Existem duas formas de infecção pelo HDV: co-infecção simultânea com o HBV e superinfecção do HDV em um indivíduo com infecção crônica pelo HBV. A hepatite D crônica é considerada a forma mais grave de hepatite viral crônica, com progressão mais rápida para cirrose e um risco aumentado para descompensação, carcinoma hepatocelular (CHC) e morte. Segundo Brasil (2015), a Hepatite E, pertencente ao gênero Hepadnavirus e à família Hepadnaviridae, é um pequeno vírus não envelopado com um capsídeo icosaédrico com cerca de 27- 34nm de diâmetro. Atua gerando surtos epidêmicos em áreas tropicais e subtropicais. Os indivíduos podem ser infectados ao tocar ou comer alimentos ou água contaminados. Essa patologia costuma ser assintomática e costuma ser combatida pelo próprio organismo (BRASIL 2015). De acordo com Bezerra (2021), não existe um tratamento específico para a hepatite E, pois, o próprio organismo pode combater a infecção sem dificuldades. Na última década, houve redução de 7% no número de casos de notificados da doença no país. Em 2018, foram registrados 42.383 casos de hepatites virais no Brasil. Em 2008, o número foi de 45.410 casos. Os dados são do Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2019, que apontou, ainda, queda de 9% no número de óbitos, saindo de 2.362 em 2007 para 2.156 em 2017 (SINAN 2023). Os dados publicados pelo SINAN, servem como monitoramento epidemiológico espaço-temporal, que podem ser usados para execução de ações características de prevenção e controle. No período de 1999 a 2020, foram notificados no SINAN 689.933 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 168.579 (24,4%) são referentes aos casos de hepatite A, 254.389 (36,9%) aos de hepatite B, 262.815 (38,1%) aos de hepatite C e 4.150 (0,6%) aos de hepatite D (BRASIL,2021). O homem, culturalmente, busca menos os serviços de saúde por ter em mente que é o sexo forte e não pode demonstrar vulnerabilidades. Assim, muitos deles não tem a preocupação com os cuidados à saúde como por exemplo participar de consultas médicas e adotar medidas de prevenção. Por falta desse autocuidado, os homens acabam-se tornando mais vulneráveis/expostos a doenças devido seu estilo de vida (Moura, Gomes & Pereira, 2017). Com relação à caracterização sociodemográfica, correspondente aos casos segundo grau de escolaridade, pode-se observar que a maior prevalência de casos de infecção de hepatites virais encontra-se em pessoas com ensino médio completo (25,2%). Vale destacar que há um número consideravelmente elevado quando se dá ênfase nos números de casos ignorados/em branco (11,11%). Com relação a raça/cor, há o predomínio em todos os anos de casos na raça/cor parda (71,13%), sendo a segunda raça/cor com maior prevalência a raça preta (13,26%), (FERREIRA et al,2022).Foi visto em relatos de Tavares e Tocantins (2015), que os profissionais de enfermagem dominam a temática de controle de doenças imunopreveníveis, doenças infectocontagiosas, como febre amarela, hepatite viral e imunização. Lopes et al (2020) ressalta que, a enfermagem como integrante da equipe de saúde, tem o compromisso de realizar ações que visem a saúde, mediando as ações de prevenção e controle dessa infecção, exercendo atividades como: elaborar métodos de precaução e vigilância, atuar nos bancos de sangue, através da triagem clínica de eventuais doadores de sangue e derivados, agir nas salas de vacinação e campanhas de imunização, prestar assistência às gestantes e informar sobre a prevenção da transmissão vertical, rastrear casos de portadores de hepatites virais, e, atuar na assistência terciária, prestando cuidado aos indivíduos com as formas agudas e crônicas dessas infecções e na geração do saber para execução segura de técnicas fundamentadas. De acordo com Barbosa et al (2019) o programa Nacional de Imunizações, disponibiliza desde 1989 a vacina contra a hepatite B e, desde 2014 a vacina contra a hepatite A. A cobertura vacinal da hepatite A e B proporciona que as pessoas sejam menos infectadas por esses subtipos. Considerações finais: foi de notória importância o trabalho dos enfermeiros (as) para a promoção e prevenção das hepatites virais, o diagnóstico precoce é fundamental para que o plano de intervenção e tratamento seja de grande efetividade. Os testes imunocromatográficos qualifica a atenção básica e proporciona maior resolubilidade e qualidade no atendimento, acolhimento e ações de prevenção e de cuidado à saúde, esta ação visa à intervenção no curso da doença para minimizar o dano à saúde e o rompimento da cadeia de transmissão. Este estudo contribuiu para ampliar o conhecimento da atuação do enfermeiro no campo das HV. O serviço ainda possui algumas dificuldades em relação ao conhecimento da população com as HV e até mesmo da equipe de saúde, o estudo alerta também as autoridades sobre a importância do agravo e da necessidade de implementar estratégias de enfrentamento e de educação permanente em saúde para a população. A produção de conhecimento nesse campo é fundamental, nessa perspectiva espero fortalecer e contribuir na assistência do profissional enfermeiro, como aliado principal para desenvolver capacidades de enfrentamento frente as HV. REFERÊNCIAS AZEVEDO, L. C. P.; OLIVEIRA, G. G. D.; TELES, I. S.; SANTOS, A. D. O. D. Vacina contra hepatite b: atualidades e perspectivas. Revista Multidisciplinar Em Saúde, 2(4), 31, 2021. DOI: https://doi.org/10.51161/rems/2172. Disponível em: https://editoraime.com.br/revistas/index.php/rems/article/view/2172. Acesso realizado em:08/06/2023 BARBOSA, K. F.; BATISTA, A. P.; NACIFE, M. B. P. S. L.; VIANNA, V. N.; OLIVEIRA, W. W. de; MACHADO, E. L.; et al. 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Acesso realizado em: 02/06/2023
Título do Evento
[CAMPO GRANDE] 4º CONIGRAN 2023 - CONGRESSO INTEGRADO DA UNIGRAN CAPITAL
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do 4º Congresso Integrado da UNIGRAN Capital - CONIGRAN
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

RIBEIRO, Kevinn Pereira; NASCIMENTO, Janaina Michelle Oliveira do. A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AS HEPATITES VIRAIS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.. In: Anais do 4º Congresso Integrado da UNIGRAN Capital - CONIGRAN. Anais...Campo Grande(MS) UNIGRAN CAPITAL, 2023. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2023/655442-A-ATUACAO-DO-ENFERMEIRO-FRENTE-AS-HEPATITES-VIRAIS--UMA-REVISAO-BIBLIOGRAFICA. Acesso em: 02/05/2025

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